

Xi Jinping conclui visita ao Vietnã
O presidente da China, Xi Jinping, conclui nesta terça-feira (15) uma visita ao Vietnã que tem o objetivo de reforçar os laços bilaterais, em particular na área comercial, uma viagem que desagradou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
As duas potências manufatureiras asiáticas estão entre os países mais afetados pelas tarifas "recíprocas" anunciadas pelo republicano com o suposto objetivo de proporcionar o retorno da produção industrial aos Estados Unidos.
Trump anunciou novas taxas alfandegárias de 145% para a China, que respondeu com tarifas de 125%. Para o Vietnã, decretou tarifas de 46%, atualmente suspensas, como as de muitos outros países.
"Não culpo a China. Não culpo o Vietnã. Não culpo. Vejo que estão se reunindo hoje e isso é maravilhoso", disse Trump, ao comentar sua política tarifária com jornalistas na Casa Branca.
"É uma reunião adorável... como tentar descobrir como podemos prejudicar os Estados Unidos da América", acrescentou.
Após o Vietnã, Xi visitará Malásia e Camboja em uma viagem para tentar promover a China como uma alternativa estável aos Estados Unidos no meio da guerra comercial de Trump.
No seu primeiro dia no Vietnã, Xi pediu na segunda-feira que os dois países façam "oposição conjunta à intimidação e mantenham a estabilidade do sistema mundial de livre comércio e das cadeias industriais e de abastecimento".
- Viagem de grande importância -
Depois de assinar 45 acordos de cooperação com o Vietnã na segunda-feira, a agenda de Xi nesta terça-feira teve um caráter mais protocolar.
Durante a manhã, ele visitou o mausoléu de Ho Chi Minh, fundador da República do Vietnã, e ofereceu uma imponente coroa de flores vermelhas com uma faixa com a frase "ao grande líder vietnamita", falecido em 1969.
Ele também comparecerá à inauguração de uma iniciativa de cooperação ferroviária para construir uma nova linha que conecte o sul da China à capital vietnamita Hanói e o grande porto de Haiphong, também no norte do país.
Depois, Xi visitará a Malásia, onde permanecerá até quinta-feira, e encerrará sua viagem no Camboja, um parceiro leal de Pequim no sudeste asiático.
As relações com o Vietnã, também governada por um partido comunista, são mais complexas.
Embora mantenham uma relação comercial fluída, também enfrentam disputas territoriais no Mar do Sul da China, reivindicado em quase toda sua totalidade por Pequim.
Hanói segue uma estratégia que chama de "diplomacia de bambu", para manter boas relações com a China e com os Estados Unidos, o principal destino de suas exportações.
Na capital vietnamita, Xi denunciou na segunda-feira que o protecionismo "não leva a lugar nenhum".
Também disse que "nenhum vencedor" surgirá de um conflito comercial assim, afirmou, segundo a agência estatal de notícias Xinhua.
As autoridades comunistas chinesas afirmaram que Xi considera a viagem pelo sudeste asiático de "grande importância", que pode ajudar a contrabalançar os efeitos da ofensiva comercial de Trump.
B.Rojas--GM